quinta-feira, 12 de junho de 2014

O verbo


Dentro de tudo o que quero
Não há nada do que preciso
Em tudo aquilo que preciso
Não existe nada do que tenho

Mesmo sem ter o que quero
Continuo em oração resignado
E me dispo dosão se meus desejos
Me privo de mim mesmo

Por tudo que vivo eu vejo
E por tudo que sinto então
Bate mais meu coração sozinho
E ama até mesmo o inimigo

E para os céus se voltam os olhos
E os jolhos vão ao chão
Na se importa consigo mesmo
Vive a vida por amar

Meu amor não é sentimento
Não o vivo parado, estático
Meu amor é ação, é verbo
Que me movimenta e faz ser

E se amar é agir, eu reajo
Não me deixo parado nunca
E busco levar amor ao mundo
Mesmo que o mundo não se importe

Pois vem do alto meu amor
Não reside restrito ao coração
Vive livre, e ama tudo e todos
E não deixa de amar nem no desprezo

E se dentro do que quero está
E se não preciso, eu deixo
Mas não abandono, pois rezo
E prezo por seu bem

Ainda quem vai dormir me odiando
E aqueles que acordem me amando
Não lhes reservo mágoas
Mas lhe dou o verbo incondicional

Nem tua idade, maturidade ou vida
Por ti eu vim, e a ti eu amo
Amor de irmão, amor de homem
Amor que verbifica meu existir

- Rodrigo Fernandes Moraes