quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Deus me dê alguém


Tens o consolo no aconchego do meu coração
Vens com teus braços abertos em meio a súplicas
Derramando e se debulhando em lágrimas e oração
Semeia o teu pranto na terra dura de meu peito aberto
Incendeia meus dias com tua carencia que quer o certo

Vive o medo e o receio, e flagela o sentimento
Se pergunta por que sente em si este tormento
Tem medo de passar só, tantas mil noites escuras
E pensa em mim quando olha a chuva cair lá fora
E reza para que este pensamento leve o medo embora

Deseja que eu te envolva em meus braços num aperto
E se entristece na minha tristeza das lágrimas que verto
Mas é tu que me acalma a rigidez dos sentimentos meus
E teu sorriso pode mudar os rumos de toda minha vida
Você me quer perto, e eu desejo tua presença tão querida
Você que mostra ter, tudo aquilo que um dia eu pedi a Deus

- Rodrigo Fernandes Moraes

domingo, 22 de dezembro de 2013

Imperfeição


Meu amor, hoje tenha visto a dor
De descobrir que não sou perfeito
Sou humano e também erro como todos
Não me isento da culpa que tenho

Tenho em mim palavras muito belas
Mas também tenho palavras duras
Não sou apenas calma e doçura
Sou também dureza e imperfeição

As palavras que constroem fascinam
As que implodem podem te assustar
Mas no que tange meu sentimento
Somente lhe tenho amor por oferecer

No homem que tem palavras duras
O coração sereno habita sempre
Lhe clama o perdão pelo dito
Se arrepende profundamente de si

A carne que fraqueja nos pensamentos
Firme se mantém naquilo que diz
Incompreendido e mal interpretado
Faz os laços se partirem todos

A língua mais afiada que aço de espada
Que quando fala fere o outro amado
Fere muito mais quem as profere
E mata a si mesmo se ferindo duramente

Mas quem sabe o vento carregue as palavras
E o perdão seja oferecido a mim por ti
E entenda então que a minha imperfeição
Junto a ti se torna bem mais perfeita

- Rodrigo Fernandes Moraes

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

O que faltava em mim


Estava perdido, meu mundo há muito tão escuro era
Vivia a solidão a cada dia na amargura esmagado
Coração na dor por grossas correntes jazia atado
Nunca via a chegada daquilo que vivi a espera

No acaso, um talvez surgiu com uma simples palavra
Iluminando então as trevas em mim, dissipando tudo
Mudou a forma de ver tudo aquilo que um dia pensava
Transformou tudo o que havia dentro do meu mundo

Hoje o mais feliz dos homens me tornei sem perceber
E um sorriso emoldura os contornos do meu rosto
Do amar, feliz hoje me mostro prontamente disposto
O meu bem querer que a ti certamente se propõe oferecer

Aos mais simples desejos do carinho se prende a alma
Segurar tua mão, tocar teu rosto, sentir tua calma
Beijar teus lábios, sem pressa de ver do momento o fim
E sentir o teu coração de dentro de ti, bater dentro de mim

Não se explica, nem mesmo e muito menos se sabe o porque
Meu coração arde tanto, sempre quando penso em você
E em tão poucas palavras procuro expressar dizendo assim
Que foi em você que eu encontrei tudo aquilo que faltava em mim

- Rodrigo Fernandes Moraes

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Busca meus olhos


Tentando seguir no anonimato
Da tristeza já há muito farto
Evitando a atenção do mundo
Tristeza se sente ao fundo

Tentativas falhas são porém
Pois a vida com todo desdém
Coloca por sobre este ser
Um novo jeito para viver

E lá teus olhos varrem a multidão
Buscando por meus olhos em vão
E se nossos olhares se encontram
Desviam pela timidez que provocam

Mas basta que eu desvie a visão
Que teus olhos me procuram outra vez
Não se sabe se busca ver meu coração
No olhar que me dispara com insensatez

E por buscar me desfocar da atenção
Do mundo, você me busca sempre 
Em meio a toda a grande população
Tentando ler nos olhos minha mente

- Rodrigo Fernandes Moraes

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sob os olhos de Deus


Pense só, meu anjo, se eu pegar a tua mão
Olhar nos teus olhos, ver tua alma, fazer uma oração
Para que Deus me coloque ai dentro do teu coração
E me faça ser parte que integre e componha teu mundo

Te conhecer em tudo aquilo que tua alma tem
Ser junto contigo, amor, amigo, ser para ti alguém
Que teus medos e receios acalme e os apaziguem
Me depositar dentro de ti, no teu querer bem fundo

Olhar nos teus olhos que sorriem tão docemente
Que desejam me olhar também tão avidamente
Amar a mim com teu amor tão clemente
Contigo viver em paz amor para viver junto

Na tua vida, família, amigos e queridos ser um dos teus
Partilhar as alegrias, as tristezas, a até os sonhos meus
Sob a luz dos olhos, que deposita em nós, Deus
Amor amigo, que vive justo, a retidão do amor profundo

- Rodrigo Fernandes Moraes

domingo, 24 de novembro de 2013

Meu maior inimigo


Eu corro o mais rápido que meu pés permitem
Mas eu não consigo ser tão rápido assim
Não há velocidade nem mesmo caminhos também
Que me permitam que eu mesmo escape de mim

Pois muitas vezes sou meu próprio inimigo
E me torturo da pior forma que eu consigo
Extraio de minha alma um sofrer desnecessário
Violo em minha vida aquilo que é prioritário

Encontro no meu olhar frente ao espelho
O maior inimigo que eu poderia ter
E por isso tantas vezes me olho de esguelho
Das mágoas em mim mesmo tento esquecer

Mas sou um inimigo dificil de enfrentar
Me obrigo então comigo conviver e amar
Pois já dizia mesmo o velho ditado, aquele
Se você não pode com o inimigo, se junte a ele

- Rodrigo Fernandes Moraes

Sofrer sem sentido


Esta chuva que se inicia inesperada
Açoita minha alma mil vezes cada gota
Tortura meu viver solidão angustia eterna
Derruba muros e portões que afasta o só viver

O fim do temporal que se aproxima vai longe
Não se sabe quando há de ver novamente o sol
Estacado em campo aberto de olhos fechados
Aguardar que a chuva lave e leve embora o sofrer

Escuridão, frio e o querer que deseja ver o fim
Da solidão a extinção do ferroar que dói o peito
Marcar em brasa o gelo que revolve o coração
E derreter de vez aquilo que resfria todo o sentir

Nas tuas palavras doces que me oferecem alento
Sob a chuva que martela meu corpo então cansado
E ecoa por sobre o retinir metálico dos trovões
A tua voz que me guia para fora desta escuridão

Carregado por tua voz sigo ainda sozinho a tempestade
A chuva que aumenta massacra a tristeza que há em mim
Mas juro a ti em pensamento vencer toda a dor
E deixar que a chuva lave minha alma da solidão

- Rodrigo Fernandes Moraes

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Natural


Os ventos sopram rebatendo e movendo meus moinhos
Empurram os pássaros para o céu com eles sozinhos
Queima o sol da minha pele no meu escuro a palidecer
Sob luas sem fim suspira um amor que vive de padecer

Tempestades frias que encharcam bem mais meu interior
Trovão dissonante que em meu peito bate com fervor
O estio que seca minha mente e trinca o chão da alma
Traz um mundo inteiro posto em minha mão na palma

Revolve meu mar, aquele frio na barriga se apodera
Em ondas a marear um dia na vida ou mesmo uma era
Desliga meu sol para poder ascender minha lua
Teus beijos vertiginosos que minha alma deixa nua

Me abraça com braços suaves de brisa do mar que vem
Me olha com o olho do furacão e de coragem me deixa sem
E me sustenta como um pilar fincado na areia da praia
Prende-me livre neste céu azul e jamais deixe que eu saia

- Rodrigo Fernandes Moraes

domingo, 17 de novembro de 2013

Viver


Agora só o que tenho para fazer
É simplesmente me emudecer
Deixar minha alma um pouco crescer
Minhas crenças enaltecer
Talvez quem sabe emagrecer
Meus pensamentos arrefecer
Minha vida deixar correr
Sem me preocupar em como ser
As pessoas a minha volta perceber
Não deixar meu coração endurecer
Nem meus ideais empobrecer
Um pouco mais amadurecer
Não deixar meus sentimentos a se perder
Quem sabe assim eu volte a ver
Como é simples, e fácil de se viver

- Rodrigo Fernandes Moraes

sábado, 16 de novembro de 2013

O pelo... a pele


Por que buscar por toda uma vida tantas aspirações
Se tudo o que me importa e poder sentir sua respiração
Pra te afogar no meu amor, te prender no meu abraço
Te apertar contra meu peito e te sentir em mim mesmo

Nada sei dos teus gosto, ou do gosto do teu beijo
Sei apenas do brilho no teu olhar ao olhar este céu
O teu suspiro profundo, os teus pelos, a tua pele
Que queria ver se enroscar nos pelos do meu corpo

Te ter nas tardes de sábado, deitada ao meu lado
Numa boa, na paz, curtindo a cada momento como um só
Teu rosto contra o meu, e minha barba roçando em ti
Teus dedos entre os pelos da minha face com carinho

Você num dia de domingo, me vendo acordar cansado
Olhar pra mim com tanta alegria nos olhos recém abertos
E com uma súplica tão simples me pedir tão delicada
Para ser o barbudo da sua vida, para sempre, e fim.

- Rodrigo Fernandes Moraes

Versando Amores (Passado e Futuro)


Não guardo para mim as duras mágoas do passado
Mantenho apenas o coração aberto e escancarado
Pelas muitas feridas que se via torturado
Encontrava-se, deveras, muito fatigado
De ser constantemente por outras, despedaçado

Encanta-se pelo carinho que lhe é oferecido
Mas se vê por teu querer um tanto escarnecido
Pois pelo teu passado me encontro repartido
Sentimento inexplicavelmente dividido
Em pouco tempo por ti me vejo esquecido

Teu olhar que me olha num fluxo variante
Já não se pode sentir no teu coração o bater tão pulsante
Nas tuas palavras já se sente um tom cortante
Nossos passos seguem juntos, mas num andar meio vacilante
Amor este que não consegue se manter mais constante

Entre nós um sentimento muito mesquinho
Nos relega viver cada um seu amor sozinho
Tendo a dor no peito seu próximo vizinho
Que embriaga o sentimento como o gole de um vinho

Cegamente me obriga por estas ruas sozinho andar
Pouco a pouco por dentro te vejo me matar
Soltando palavras de amor que você me fica a jurar
Aos meus ouvidos este amor tão falho a murmurar

Tudo que eu olho, cada rosto que eu via era você
Já não te vejo mais nem em meus sonhos, não sei o por quê
Não encontro dentro em mim mais tanto querer
Amar-te um pouco mais queria eu poder
Mas manter isto assim só nos faria sofrer
E mesmo assim ainda uma chance contigo ter
E me dói imensamente sequer saber
Como estas palavras eu poderia vir a lhe dizer

Mesmo num amar tão adolescente
Não consegue se manter tão permanente
Segue num caminho por si só tão descontente
O não querer se mostra a nós tão sutilmente
Anseia por algo novo muito loucamente

Insiste no viver que acompanha esta sofreguidão
Anda de mãos dadas para sempre com a solidão
Sente a amargura que aperta o coração
Silencia a cada nota aquilo que um dia era canção
Já sente mais naquilo tudo que já foi paixão
Apaga as marcas que um dia deixaste em meu colchão

Sonhos e tempo que jazem arremessados pela janela
Num abrir de olhos um novo mundo para mim se revela
Perceber então que não poderia ser ela
Feito as reviravoltas que se dá em uma novela
Vejo ali se apagar subitamente chama da vela
Cresce então paz tão desejada e tão singela

Acha acalento no aconchego de outra voz
Este querer incessante se torna o teu algoz
Esta vontade que se mostra muito feroz
De se ver tão encantado outra vez tão veloz

Nova paixão que no peito suas marcas tatua
Com palavras duras num voz calma se insinua
Deixa por se ver minha alma completamente nua
Mostro-te minha vontade ainda muito crua
De desejar que minha vida seja somente sua
Amanhecer a caminhar solitário em tua rua

Uma nova história vai sendo escrita assim
Nesta paixão que agora queima em mim
Querer ser o dono, cuidar deste teu jardim
Onde reina o aroma doce da flor de jasmim
Querer ser teu e contigo até que veja o fim

Meu frasear mostra meus pensamentos dispersos
O meu falar que agora expressa motivos Inversos
Nestes sentimentos que parecem controversos
Deixo-me sentir neles agora um tanto imersos
Pensamentos meus para ti agora tão diversos
Cujo centro é você para quem agora escrevo estes versos

- Rodrigo Fernandes Moraes

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Redenção


Profano minha alma que agora escurece como a noite
Afundada por meus erros que penosos me pesam o corpo
Sente o sangue e a dor em profusão esvair do corte
Invisível aos olhos que não enxergam além do corpo morto

A solidão vem por castigo pelos pecados que hoje vivo
E das paixões me privo, vez que delas não tiro proveito
Diferente e colorida dos amores um dia a vida teria sido
Mas hoje já é tarde para se arrepender do que jaz feito

E o peito anseia desesperadamente por uma luz que seja
Uma solução que me afaste do que me carrega para as sombras
Amor por mim mesmo que me abra os olhos para que eu veja
E amor de outro alguém que me pesque do meio da penumbra

A tênue realidade que se amarra da história que vê um fim
Redenção para desta alma todos os erros cometidos apagar
A dura espera de que tu venhas tão logo até perto de mim
Para de todos meus pecados cometidos finalmente me salvar

- Rodrigo Fernandes Moraes

Seu e de mais Ninguém


Por mais que eu tente 
por mais que eu me esforce 
Por mais que você me peça 
Por mais que eu contorne 
Não consigo mais te tirar da mente 
E de lá você teima em não sair 
Fez raízes em meu coração 
Tão profundas que não consigo arrancá-las 
Meu coração pertence a ti 
e não há outra que o mereça... 
Por mais que você não o queira 
Ele é seu... 
somente seu... e de mais ninguém.

- Rodrigo Fernandes Moraes

O Navegante e o Farol


Navego por águas que desconheço tatalmente
Meus mapas eu vou trançando todos mentalmente
Mas há tempos eu não acho mais um rumo certo
De minha casa não sei mais o caminho correto

Estas águas escurecidas pelo céu de uma noite
Cujas ondas em meu barco empregam forte açoite
Me balançam com uma força tão descomunal
E a saudade me fere como fosse um punhal

Os remos foram-se pelas águas embora para o fundo
Este mar da vida que me empurra sempre ao fim do mundo
Para longe de você, que sempre me esperou sorrindo
Não sabes então por onde ando, ou pra onde estou indo

Espero acordar deste pesadelo e pisar em firme terra
E pode dizer que ali este tormento finalmente se encerra
Chegar, te ver ao longe, sorrindo me aguardando no atol
Com teus olhos brilhantes, que na noite eram o meu farol

- Rodrigo Fernandes Moraes

No Fim de Tudo


Chega o tempo em que palavras já não bastam
O rosto não se vê mais emoldurado por sorrisos
Um grande vazio preenche os corações perdidos
Os olhares para além do horizonte se arrastam

O brilho da vida se esvai, inquietando tudo
Desmorona, quebra e desarma por inteiro a alma
Retira os sentidos, te deixa cego, surdo, mudo
Apaga, abafa, silencia, desta vida toda calma

A respiração agora se acelera e nela nenhum medo
O peito vibra a cada batida que este lhe oferece
Não sabe se é tarde, ou ainda pode ser muito cedo
E não sabe se é inferno ou se é céu o que merece 

Aperta dentro o peito, dilacera o que é carne
Meu âmago já não mais inteiro agora se reparte
Estilhaça este coração contra teu peito aberto
Visto que meu fim agora é bem mais que certo

- Rodrigo Fernandes Moraes

Desencontro do querer


Teu olhar colore meu mundo
Multicolor, vivo, vibrante de alegria
Teus passos fazemo os campos florescerem
Ao longo do caminho que você segue

Pairando pelo ar feito pétala de flor
Solta, livre, voa no céu vermelho de fim de tarde
Caminha tão suave pela terra que pisa
De tão suave quase nem toca o chão

O coração bate no compasso de uma sinfonia
Descompassado pelos agudos gritos do querer
E dança, e corre, e pula, sorri e chora
Num misto de sentimentos quase sem explicação

Teus lábios sussuram palavras calmas e doces
Tuas frases fluem como as águas de um rio
O querer do teu coração  passa longo do meu
Para no fim, sobrar da alegria apenas as tuas cores

- Rodrigo Fernandes Moraes

Cartas Rasgadas


Cartas escritas para ti
Rasgadas, nunca lidas
Lacres nunca partidos
Letras nunca vistas
Tinta desperdiçada
Papel em vão rabiscado
Pensamentos jogados fora
Idéias pensadas pra nada
Amor arrastado pelo chão
Jogado contra a parede
Estirpado do coração
Por não querer-lhe bem
Por te amar demais
Ou por esquecer de mim
Cartas escritas tantas noites
Esquecido de repousar
Dormir e não pensar
Em você e teu desprezo
Que despreza meu amor
Ferido e quebrantado
Esquece de esquecer de ti
E se fere mais que tudo
Nas cartas não lidas
Escritas para ti
Contando o que passava
Dentro e fundo em mim
E jazem agora assim
Com papel rasgado
Palavras partidas
Amor despedaçado
E esperança esvaída

- Rodrigo Fernandes Moraes