sábado, 1 de novembro de 2014

Um Tanto



Tão logo te vi, logo te quis
O que foi que eu fiz, me diga Deus
Para merecer deste tanto, e tanto
Simplesmente me afogar naqueles olhos

Tua boca que me chama a ficar
E ver vacilar, nos passos, meus pés
Que te tentam seguir onde for
E teu amor, querer tanto e tanto

Te conhecer, te levar comigo nos braços
E em teus abraços, somente viver
Nos mares que navegar você
Sem ver o que, mas contigo ser, tanto e tanto

Perder a razão, pois amar não a pede
E cede, o amor ao sentimento
E te amar, se possível, tanto e tanto
E sem medir o quanto, te amar além do impossível.


- Rodrigo Fernandes Moraes

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

A união


Ouço a tua respiração profunda rente ao ouvido
Ofegante o desejo, já não mais contido em si mesma
E me olhando com um olhar penetrante me implora
Pede que eu te enlouqueça e te faça perder a razão

A tua roupa vai caindo no chão lentamente
Teu corpo vai aparecendo pouco a pouco
Tua pele, leve e macia estendida na cama
E novamente teu olhar implora por carícias minhas

E nesse embalo, vagaroso vou beijando todo teu corpo
Teus pés delicados, tuas pernas, e a tua intimidade
E nos teus seios, me perco demoradamente
E na tua boca, beijos que não carecem de pressa para um fim

Meu corpo entrelaçado ao teu, em abraços e carícias
O desejo que se apodera do momento, e faz o tempo parar
E nos perdemos no tempo, não vemos as horas passarem
No calor do teu corpo, que dissipa o frio e afasta o mundo

O ar quente e úmido do teu hálito, suspirando prazeres
Um gemido intermitente, pontuado pelo nosso silêncio
E teu corpo estremece bem junto do meu corpo
Onde essa união apaga de nós todo o medo que se pode sentir

Meus braços que te seguram firmes, e não te querem soltar
Tuas unhas que arranham minhas costas desenhando minha pele
Não me importaria se o mundo acabasse naquele exato momento
Onde minha alma se estende a tua, e meu eu termina dentro de ti

- Rodrigo Fernandes Moraes

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Canção pra te ninar


A palavra que acalma
O carinho que afaga
o olhar que te vigia
e a mão que acaricia

Te balanço em meus braços
Te amarro em meus laços
E assim te faço ententer
De onde vem meu querer

Te escrevo algumas linhas
Estas são loucuras minhas
Que se fazem em canção
Para tocar teu coração

E para te amar te mostrarei
Que somente teu serei
E que muito lhe quero bem
E contigo viver além

Para sempre segurar tua mão
Jamais aceitar teu não
Para sempre querer te amar
Te cantar canções para te ninar

- Rodrigo Fernandes Moraes

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Pra poetizar você e eu


Vou poetizar... pois de terror e drama já basta os meus dias.
Vou poetizar para mim e para você, nós dois, nossas vidas
Vou poetizar o sol que ilumina teu quarto de manhã cedo
Vou poetizar a lua que inunda o meu quarto, no escuro, o medo

Vou poetizar teu sorriso, teus olhos, tudo aquilo que você é
Vou poetizar a tua vida e a minha, tudo o que der pé
Vou poetizar teu sono, velado pela minha oração
Vou poetizar tudo aquilo que bate dentro do coração

Vou poetizar tua voz que soa feito uma canção tão bela
Vou poetizar a paixão que nasceu entre ele e ela
Vou poetizar o amor que pulsa aqui no fundo de mim
Vou poetizar... você e eu, nos amando, até o fim

- Rodrigo Fernandes Moraes

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Monotonia


Tudo que passeia nos meus caminhos
Já não pertence mais a mim, eu sei
Pois tudo que são olhos, eu vejo
E tudo que eu vejo, hoje, é você

Minha nova paixão, que tanto quero
E meu querer te quer amar aos poucos
Edificando o amor, na coerência dos dias
No torpor do afeto, na incoerência de amar

Estranhos conhecidos, que se completam
A mutualidade que junta as almas opostas
Os olhares que falam mais que as palavras
Os beijos que fundem dois amantes num só

Tem nas mãos os corações um do outro
E contigo, me deixo levar feito brisa
Com a leveza de uma folha solta no vento
Que voa e se prende nos ramos do teu abraço

Rezando para que vivamos sempre os mesmos dias
No marasmo que o amor oferece para nós
Dias diferentes, com uma única pessoa comigo
Na monotonia de me apaixonar por você todo dia

- Rodrigo Fernandes Moraes

domingo, 13 de julho de 2014

O que amar, viver, perder, vou mudar


Se fosse para amar, amaria diferente do agora
Não permitiria ver meu amor daqui para fora
Deste coração quase vazio de mim
Nada cheio de ti, e preenchido de solidão

Se fosse pra viver, viveria como outrora vivi
Intenso como qualquer coisa que eu já vi
Poética como qualquer poesia minha
Mais bela que qualquer paraíso meu

Se fosse para perder, perderia todos meus medos
Solidão, dor, e ver meus sonhos escaparem pelos dedos
Perderia toda lembrança sua que tenho
E nunca mais sofreria por alguém

Se fosse para mudar, eu mudaria o meu mundo
Refaria cada coisa em mim, e transformaria tudo
Tiraria o tanto que amei, um tudo que vivi
Ganharia tudo o que perdi, eu mudaria você

- Rodrigo Fernandes Moraes

quinta-feira, 12 de junho de 2014

O verbo


Dentro de tudo o que quero
Não há nada do que preciso
Em tudo aquilo que preciso
Não existe nada do que tenho

Mesmo sem ter o que quero
Continuo em oração resignado
E me dispo dosão se meus desejos
Me privo de mim mesmo

Por tudo que vivo eu vejo
E por tudo que sinto então
Bate mais meu coração sozinho
E ama até mesmo o inimigo

E para os céus se voltam os olhos
E os jolhos vão ao chão
Na se importa consigo mesmo
Vive a vida por amar

Meu amor não é sentimento
Não o vivo parado, estático
Meu amor é ação, é verbo
Que me movimenta e faz ser

E se amar é agir, eu reajo
Não me deixo parado nunca
E busco levar amor ao mundo
Mesmo que o mundo não se importe

Pois vem do alto meu amor
Não reside restrito ao coração
Vive livre, e ama tudo e todos
E não deixa de amar nem no desprezo

E se dentro do que quero está
E se não preciso, eu deixo
Mas não abandono, pois rezo
E prezo por seu bem

Ainda quem vai dormir me odiando
E aqueles que acordem me amando
Não lhes reservo mágoas
Mas lhe dou o verbo incondicional

Nem tua idade, maturidade ou vida
Por ti eu vim, e a ti eu amo
Amor de irmão, amor de homem
Amor que verbifica meu existir

- Rodrigo Fernandes Moraes

sábado, 31 de maio de 2014

Tudo tem jeito


Uma frase só bastou pra você me achar
Mas quem diria que eu poderia
Você falando daí e eu ouvindo de cá
Nas suas palavras você sorria

Você cozinha, e eu, computador
Você é um doce, e eu um amor
Eu sou poeta e você é uma flor
E assim como eu, também tem dor

Você tem 26 e carinha de menina
Eu barbado e cara de velhão
A distância, nossa sina
Pois nem pisamos o mesmo chão

Aqui em Brasilia esse tempo de endoidecer
Uma hora calor, outra frio e ninguém pra aquescer
E você em Cuiabá, e todo aquele calor que faz lá
Mas se você disser "vem", é ai que eu vou parar

Trabalho o dia todo, as costas a latejar
Ela promete uma massagem pra dor passar
Ela tá com fome, mas nem quer me ouvir
Macarronada, nem isso ela quer dividir

Ela lê todas aquelas minhas poesias
Eu ouço e leio tudo o que ela diz
Ela melhora cada minuto dos meus dias
Eu vejo que ela tem tudo o que sempre quis

Mil quilômetros a oeste ela está
Eu nas asas dessa cidade tão pequena
Ela disse que não sabia como chegar
Disse que era meio doidinha essa morena

Mas por mim tudo bem, o tempo muda tudo
Quem poderia dizer que ela encontraria meu mundo
Ela diz que a distância deixa o caminho estreito
Eu digo a ela: Meu bem! Pra tudo na vida há um jeito

- Rodrigo Fernandes Moraes

segunda-feira, 19 de maio de 2014

E quem ama o poeta


Meus versos tão diversos divagantes
Meus passos tão lentos, vão errantes
Arrastados vão por ai te buscar
Sabe só, que nos sonhos pode te achar

Teus traços e desenhos por toda parte
Não há esperança que eu descarte
Tuas mãos em meus ombros apertadas
Minhas dores, no teu calor esmagadas

Não importa mais nada neste lugar
Senão o meu querer contigo estar
Sofre exilado no amor dura pena
A paixão que solitário se condena

Vislumbrando um futuro incerto
Não sabe se vai longe ou vem perto
Tua presença que não se sente
Fala a verdade ou será que mente

Das mãos da artista tem estas as cores
Que colorem em nós esses pobres amores
Não sabendo se eu posso ser a tua meta
Quem poderia mais no mundo amar o poeta

- Rodrigo Fernandes Moraes

domingo, 18 de maio de 2014

Para amar todos os dias


Sentindo um sentimento
Que me deixa muito sentimental
E este sentimento tal
Me deixa as vezes mal

Mas quem precisa ficar bem
Quando está a amar alguém
Fica feliz, e triste também
E quem explica? Ninguém

E meu amor está por ai
Mas queria que estivesse aqui
Para dizeres que feliz me vi
Por dar o meu amor a ti

Venha meu amor comigo
Pois sozinho eu não consigo
E mais uma vez amor, te digo
Quero viver todos os meus dias contigo

- Rodrigo Fernandes Moraes

O pedido


Foi só te ver para te querer comigo
E os meus dias ficaram tão mais lindos
Meu querer que por ti só aumentava
E meu viver passou a ser você, amor

O desejo de te ter ao meu lado a cada dia
Ter o teu olhar em mim, vigiando meu sono
Afagar teu rosto, no teu sono profundo
Acordar todos os dias ao teu lado

Mas quem sabe o que reserva o futuro
Se você ainda deseja o mesmo que eu
Se ainda me encontro nos teus sonhos
Se ainda brilha teu olhar ao me ver

E quando não me quiser mais aqui
Por favor me peça para ir
Pois eu te amo tanto, saiba você
Que atenderia este último pedido

- Rodrigo Fernandes Moraes

Água de rio


Hoje eu me questiono a cada pequeno vão momento
Onde foram parar os receios que são tão meus
Todo aquele medo que em mim era um grande monumento
Que me abandonaram sem ao menos sequer um adeus

Não que eu ache ruim não te-los aqui junto comigo
Mas é que todo homem bem no fundo os junto consigo
Mas sem o peso que eles me causavam para minha alma
Me sinto livre, leve, e posso agora respirar a calma

A tua boca expulsa os demônios que em mim viviam
Exorcisa o mal que minha mente tanto me causava
E não me encontro como eu era nem mesmo como estava
E agora meus pensamentos que àquela tristeza se atava
Esboçam uma alegria estranha para uma alma que não sorria

Mudanças trazidas de tua alma para fora por tua boca
Que encontram lacunas em uma pobre alma que está oca
Tuas palavras que agora me preenchem cada espaço vazio
Diferente dos outros, cujas palavras vazias são passageiras
Coisas ditas, como suspiros fracos de uma alma da morte à beira
E diferente de ti passam reto por minha vida como as água de rio

- Rodrigo Fernandes Moraes

terça-feira, 15 de abril de 2014

Poesia eternizada em ti


Te amo meu amor, como quem escreve poesia
Pois sou poeta, sem poesia o que eu seria?
E por te amar tão intenso nestes versos meus
É que hoje escrevo versos que são tão seus

A poesia é sentimento que se sente fundo
Não pode haver nada mais belo em todo o mundo
É gosto, é o som, é o toque e a visão
É tudo que eu te digo, ainda que ouça não

Minhas palavras são todas um mesmo amor
Poesia que te expressaria a minha dor
Ou minha alegria em te ter somente
São amores que se vive, que se sente

Meu amor, saiba que meu amor é como poesia
Pois a poesia é infinita, então meu amor, sorria
A tinta acaba mas a poesia sempre fica
E fico eu ao lado de meu amor, minha amiga

Mas saiba que ainda tenho muita tinta na caneta
E papel não me falta, para que amor a ti escreva
Se for preciso escrevo no meu muro e no teu
Escrevo em teu coração com amor que é meu

E se minha poesia for escrita em ti assim
Saberei que em ti haverá para sempre um pouco de mim
Assim como em minha poesia, que canta amor que nunca mente
Viverá meu amor, escrito em versos no teu peito eternamente

- Rodrigo Fernandes Moraes

Entre homens e anjos


Os olhos fechados, me encontro numa prece suplicante
Por alguém que hoje já faz parte integrante de mim
E que mesmo que eu tenha sempre este passo vacilante
Insiste em estar sempre comigo e ao meu lado assim

Estende sobre mim um abraço que envolve por completo
Como as asas de um anjo que vela, cuida e me guarda
Toma meu rosto entre as mãos, me beija e minha face afaga
E me traz a calma, e de paz mantém meu coração repleto

Em tuas palavras seu também  para ti um anjo protetor
E te guardo sob minhas asas, te protegendo de todo mal
E olhando em teus olhos lhe peço para esquecer o temor
E digo que daria a vida pela tua se preciso fosse para tal

Cuidas de mim, e eu cuido de ti com tal zelo imenso
E o desejo de que minha vida seja para sempre contigo
E viver na doçura de um amor desmedido e tão intenso
Vivas nesta terra entre os homens, você que é meu anjo, comigo

- Rodrigo Fernandes Moraes

Insônia


E eu pensando que acharia sono
Fechando meus olhos simplesmente
Buscando sonhos onde não há
Numa insônia que parece não acabar

Mais uma noite em claro lá se vai
Tentando achar apoio em mim mesmo
Não consigo sequer imaginar
O que me espera no amanhecer

Sei apenas que não consigo esquecer
Abandonar, deixar e largar
Os pensamentos que me assolam
E não me deixam dormir

Escrevendo loucamente o que me vem
Na mente florescendo vagaroso
Paixão, tristeza, sorriso e solidão
Nesta noite que não vê mais fim

- Rodrigo Fernandes Moraes

Para entender o amor


Um sentimento tão incompreensível
Posto que senti-lo é simples
Tão imenso e tão intangível
Maior entre sentimentos impares

Sente dentro em si aquele que ama
Se justifica na paixão que sente
Amor, é dito pois, que se chama
Quem dizer compreendê-lo mente

Falam que os opostos se atraem
A física não pode isso explicar
Dizem que os dispostos se distraem
Mas amor foi feito somente para amar

Não se pode compreender nem ser mudado
Amor nada mais é que puro sentimento
Caso fosse o amor, não sentido, mas estudado
Chamar-se-ia pois como entendimento

- Rodrigo Fernandes Moraes

domingo, 9 de março de 2014

Esperança


Meu amor, te dou meu amor, lhe entrego o coração
Minha paciência e calma para esperar por ti
E nesta espera que somente te espera amar assim
Implora a Deus, os olhos ao céu, joelho ao chão

Dos dias de sol que me ofuscam vermelha a visão
Dos dias frios que empurram para minha solidão
Nas chuvas que caem nos domingos triste sem você
Espero a ti meu amor, sem mesmo saber o por que

Se brota o sol em meio a toda esta escuridão
Feliz fica ainda e muito mais meu coração
Da lembrança do teu sorriso que vi apenas uma vez
Vendo em mim a esperança de ter ter comigo se refez

E se a chuva cessa, não diminiu ainda mais meu amor
Minha esperança se renova nas gotas que ficaram pelo chão
E em sonhos eu ainda posso sentir em minha face tua mão
O meu querer que só quer te ter, para cessar minha dor

A espera me amargura e me aperta a cada segundo o coração
E ora para que não mais se alargue entre nós este vão
Que me separa de ti, e me deixa tão triste pelos dias a fora
E assim espero pelo momento de te ter, para sempre e agora

- Rodrigo Fernandes Moraes

terça-feira, 4 de março de 2014

Eu, Lobão e a Solidão


Tantas tardes de sábado, tão solitárias quanto se pode
O sol queima la fora, e aqui dentro meu som se abafa
A televisão ligada, fala algo que não consigo entender
E as lembranças que martelam a mente gritam alto

Não quero mais me aventurar nesses amores inconsequentes
Que partem corações, quebram planos e tiram o sono
Para que ficar então jogado no chão da sala sozinho?
E achar que o fim não pode ser um novo começo para mim

Se o vento bate lá fora, e diminui o calor que eu sinto
Eu minto para mim e digo que a solidão não é tão ruim
Mas se o coração sabe que no fundo é tudo fingimento meu
E nas mãos do tempo eu fico deitado, e espero o que vem

E agora na televisão passa uma canção para me aliviar a dor
E se o viver já não é tão duro, endurece ainda mais meu ser
E uma voz que pergunta: "Pra onde você foi, pra onde você vai"
E assim seguimos a vida nesta casa, eu, Lobão e a minha solidão

- Rodrigo Fernandes Moraes

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Encontro de almas


Tempos frios que aquecem almas solitárias
Vagueiam  juntas entrelaçadas as almas dos amantes
Encontro de duas vidas que se amam voluntárias
Veem passar eternidades em olhares que duram instantes

Nos verões, nos invernos que inrrompem em sorrisos
Meus sorrisos que são somente para ti oferecidos
Meu querer, meu amor, meu viver e tudo mais que existe
Teu amar tornou minha vida tão bem menos triste

Se perde em si próprio, no fundo, dentro em si
Encontra-se minha alma no calor que encontro em ti
E me aqueço do frio que sinto no calor do teu peito
Amor que encontra-se entre almas, o sentimento aceito

Afundado dentro de ti me encontro perdido em mim
Tua boca interrompe as dores que minha boca fala
E neste encontro a tua alma leve minha alma cala
Tornando a ti uma parte de minha vida enfim

- Rodrigo Fernandes Moraes

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O meu infinito


Mergulhado no infinito escuro do céu noturno
Através da janela escancarada do quarto
Um mar de estrelas brilhantes pontilhado
Me passa à mente um pensamento soturno

Lá fora vai mais longe meu maior encanto
Observar o infinito solitário do céu tristonho
No luar que brilha mais meu olhar risonho
Sem saber o motivo de amar o céu tanto

Maior encanto só vejo mais em você que no céu
Me perdendo no infinito da tua alma vibrante
A janela do teu olhar que bem mais pulsante
Me faz atravessar do teu infinito este véu

Caindo deitado contigo no chão grave endurecido
Ombro a ombro contigo mirando o sem fim
Tantos sonhos para um dia imaginar ser assim
Foi pelas estrelas que contigo eu quis e vim
Contigo as mãos dadas no infinito estarrecido

Um infinito público neste meu céu tão particular
As estrelas e a lua, testemunhas do meu querer
Somente em ti agora e sempre me achar ou me perder
E por fim rodeado por tantos infinitos eu hei de dizer
Que com meus olhos eu vejo, meu infinito no teu olhar

- Rodrigo Fernandes Moraes

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ausência


Ela já não se vê mais
Será que ela está aqui?
Ela já não entra mais
Pela porta que abri

Ela já não fala nada mais
Não ouço sua voz já faz tempo
E presente ela já não se faz
Ecoando os passos aqui dentro

Onde estará ela que deixou saudade?
Que tão longe se encontra de mim
Queria saber apenas a pura verdade
Do que foi que a fez partir assim

A saudade aperta ferozmente o peito
Doendo como ardente brasa bem dentro
Perguntando então se há um jeito
De não ficar mais acordado noites adentro

Faça-se presente em mim se preciso uma vez mais
Para que assim a tristeza para sempre se recolha
Que eu não desfaleça na saudade nunca e jamais
Pois morrer por tristeza não me é uma escolha

- Rodrigo Fernandes Moraes

Dos traços, teus sorrisos


Carrega a beleza do meu mundo em seus traços
Nas linhas sinuosas do sorriso que retrata
Amarra e prende a alma em teus papéis amontoados
Eterniza os sorrisos que tanto sonha ter

Pinta tua felicidade em telas multicolores
Imprime nelas as alegrias que deveras sente
Teus sonhos simples, tuas dores, teus amores
O retrato daquilo que vai dentro da alma

Tuas cores, teus olhares, e sentimentos, coração
Teus desenhos, pinturas, esculturas, alegrias
São teus sonhos que jamais aceitas o não
E pinta o mundo como sei que o queria

Se nem meu céu tem mais azul que tuas cores
Me deixo meu perder no céu do teu desenho
E me entorpeço nos teus traços esquecendo as dores
Para meus dias serem mais belos por assim dizer

Pois lhe pediria então para desenhar algo belo
Algo tão belo quanto se pode haver no mundo
E nos teus olhos que cintilam com brilho terno
E me promete a mais simples beleza que tens

E nas imagens que surgem dos teus rabiscos
Brilha mais meu olhar com a beleza que vejo
Deixa em minhas folhas todos os teus riscos
E desenha em minha mente somente os sorrisos teus

- Rodrigo Fernandes Moraes

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Tuas luzes


A claridade do céu de hoje já vai além
E minhas preces já se dão em vão assim
As luzes que iluminam longe alguém
Estrada tão longa que não vê fim

Sem as luzes que os olhos entregam recíprocos
Tu te entristece de minhas tristezas sentidas
E te perco, e vou morrendo em mim aos poucos
Enquanto rolam por meu rosto lágrimas repetidas

Partidas as colunas deste teto desabado
Enterrando tão profundo o amor que houvera
Das estrelas do teu olhar que jaz apagado
Me pergunto onde foi que este amor se perdera

Nas negações que me dou apreciando os erros
Escuridão que na penumbra do coração sente
Anseia meus olhos teus brilhos vê-los
E em ti acender as tuas luzes novamente

- Rodrigo Fernandes Moraes

domingo, 26 de janeiro de 2014

Águas de viver


Enfrentando adversidade oferecida
Pela vida que deveras esquecida
Tempestade resfriando a alma
Dissipando ao poucos minha calma

Atordoado no viver de ti ausente
Da presença que de ti ainda sente
Dilúvio de pensamentos diversos
Lembranças para sempre em ti imersos

Olhares mirados para todos os lados
Que te veem nos mais ínfimos espaços
Chuva de lágrimas por ti caídas
Na dor da solidão por si só sentida

O bater pulsante de um coração enamorado
Que retumba frequente e descompassado
Trovoada de batidas ritmado
Do peito sozinho desolado

Teu cheiro doce pairando sobre mim
Sinestesia posta justo no fim
Alagando de sentimento meu eu
Despido de tudo o amor teu

Por amar resignado a esta dor estou
De amor por ti prostrado eu vou
Transbordado o sentimento dentro em mim
Afogado em tanto amor por ti assim

- Rodrigo Fernandes Moraes

sábado, 25 de janeiro de 2014

Livros


Quem é que escreve as histórias de amor?
Não sabe ele que ela é também tua vida
Mas mal sabe ela que ele lhe dá valor
Desencontros do amor na história escrita

Nas páginas que se mancham de lágrimas e tinta
O peito infla do ar frio do inverno la fora
Teme ele, que ela esqueça e não mais o sinta
E ela pensa no seu sorriso, e lembra e chora

Não se recorda das cenas do início do sentimento
Mas o sofrer da distância que entre eles se sente
O amor, que os une, mas que os separa, o lamento
Abraços e os laços, flutuam os dois do chão rente

Caminhos escritos em páginas de amor, tem dentro vida
Tuas almas juntas para sempre, esquecem os dois a dor
Apertados os abraços, longos os beijos, se vê aquecida
Eternizados os amantes nas linhas dos livros de amor

- Rodrigo Fernandes Moraes

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Mais forte que o querer


Dos meus olhos uma cachoeira desaba
Um fogo que por dentro me acaba
Que só quer te querer a todo tempo
Faz se perder como folha ao vento
E meu desejo deseja te encontrar

Ribomba no peito o coração, um canhão
Que disparar batidas de pura adoração
Festejando o coração com uma foto tua
Como lobo que uiva solene para a lua
Tuas garras em mim fixas, e eu a sangrar

Se tu insistes em habitar os devaneios meus
Mantém meus suspiros cegos em tantos breus
Me acorrenta junto a ti que me arrasta longe
Teus mistérios nos lábios de uma esfinge
Um céu rubro que paira sobre mil amores

E aquele desejo que se sente, querer mudar
Contra meus desejos sei eu não posso lutar
Te querer é mais forte que tudo que eu sinto
Se dizer que não penso em ti, saiba eu minto
Pois somente teu amor me tiraria da vida as dores

- Rodrigo Fernandes Moraes

sábado, 18 de janeiro de 2014

Sua culpa


A culpa é sua 
se a infelicidade... 
já não existe em mim. 

A culpa é sua 
se a dor... 
já não machuca mais. 

A culpa é sua 
se a solidão... 
decidiu por me deixar. 

A culpa é sua 
se a tristeza... 
é palavra que não incomoda mais. 

A culpa é sua 
se todo o mal... 
se converteu em bem. 

A culpa é sua 
se toda escuridão... 
que vivi, tornou-se luz. 

A culpa é sua... 
E somente sua. 

E se hoje 
Sou o mais feliz dos homens... 
A culpa é toda sua.

- Rodrigo Fernandes Moraes

Quarto escuro


Ficou sozinho num quarto escuro
Chorou no frio da chuva que caiu
Olhava o teto sem ver algo além
Mas o céu lhe espiava lá de fora

Relembrava num segundo tudo que foi
E amargava-lhe a dor que lhe fizera
Por ter ido daquela forma abrupta
Sem ter-lhe dito ao menos um adeus

Sozinho estava e assim permanece
Pulsando como o relógio em sua mesa
Bate um coração lento e lamentante
Enxuga as lágrimas que verte a alma

E sob a luz da lua que vem de fora
A janela aberta se abre para o mundo
Levanta, respira e sacode a poeira
Decidido a nunca mais sofrer de novo

E se o amor que tivera lhe doeu um dia
Não se arrepende de tê-lo tido em si
E sabes que por mais mal que lhe tem feito
A solidão do quarto escuro lhe ensinou a viver 

- Rodrigo Fernandes Moraes

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Mar e amar


Põe-se ao mar e navega saudade
Recorda deveras sua vontade
E o querer anseia lhe afagar
Tens o medo do amor naufragar

As águas frias o peito endurece
E ouve o silvo invernal que cresce
Tal vento sussurra ternas palavras
O fazer amar que tu a mim lavras

As velas abertas para impulsionar
No infinito livre do teu amar
Meu olhar de estrelas pontilhado
Flutua em ti meu coração escancarado

E nas nuvens que surgem no horizonte
Cinzas, douradas, rubras, são ponte
Que minha vida a tua, estas ligam
Do sentir que dentro em nós brigam

E verte o vento em vendaval
E sopra forte com temporal
Derruba os muros do coração
E alma escorre por tua mão

Tanto tempo espera por ter-te
E aponta a terra, e ao ver-te
Esperança deixa de me confrontar
Certo que em teu amor hei de aportar

- Rodrigo Fernandes Moraes

domingo, 5 de janeiro de 2014

Flores de fevereiro


Nos dias que se passam
Velozmente incontroláveis
Os homens inutilmente buscam
Amores muitas vezes improváveis

A menina, que como as flores
Desabrocha em linda forma
De mulher, em vivas cores
A mais bela imagem se forma

Teus fevereiros vão e vem
Tornando teu antes ingênuo olhar
Na mais linda forma de expressão que tem
Como as ondas que balançam o mar

E a menina já não possui
Aqueles doces olhos que antes tinha
Pois é hoje mulher, que influi
Todos pensamentos meus...
Que antes em minha mente vinha.

- Rodrigo Fernandes Moraes

Fotografias


A luz do dia claro que te inspira novidade
De ver um mundo cheio de cores brilhantes
Efeitos que te trazem prazer emocionante
De sentir em um mero click sua felicidade

Mesmo nos dias chuvosos as imagens não param
Faces em preto e branco que ao longe te encaram
Através  da tua lente um mundo que seja só seu
Um mundo diferente daquele mundo que é meu

Da tua janela flores , cores, um dia radiante
Da minha, chuva, cinza, um dia entediante
Nas tuas lentes, nos teus clicks tantas cores
Que embelezam até mesmo os dias mais incolores

Retrata as cores, o sol, a chuva, a lua e os dias
Por tua lente felicidade ou solidão dos outros
Para ti os raios de sol ou pingos de chuva são poucos
Para inundar ou ofuscar o teu sorriso nestas fotografias

- Rodrigo Fernandes Moraes

Até o fim


Não queria ter de me arrepender
Tão amargamente de viver
Tal amor que tanto quis
Mas eis então que no fim
Não vejo mas se há saída.

Tanto querer que tive
De nada adiantou, e vive
Então, ainda me perturbando
E minhas noites ainda roubando
Com sonhos que eu não quero
Pois, mais sonhar

Queria então poder acordar
E então ao teu lado estar
Acordar-te com um leve beijo
E ver em teus olhos o desejo
De comigo partilhar tua vida
Daqui até o fim dos tempos.

- Rodrigo Fernandes Moraes

O amor liberto (O fim)


Por que insistir quando você não quer estar
Não vou ficar a chorar por ai nos cantos
Se meus esforços para contigo foram tantos
E minha presença já começa a te irritar

Com o tempo, de lado vai passando a deixar
E mantém-se sozinha em seus próprios recantos
Promove sobre o amor que se sente, espantos
E com descaso vai você o sentimento matar

E mesmo que aqui eu quisesse por ti ficar
Apesar de por ti lutar, Deus sabe o quanto
Eu visto agora da solidão novamente o manto
E o teu amor, que agora liberto deixo de clamar

E depois de tudo isso não adianta mais gritar
Nem mesmo adianta chamar meu nome aos prantos
Pois quando perdidos entre nós os encantos
Quando olhar para trás ali eu não irei estar

- Rodrigo Fernandes Moraes

sábado, 4 de janeiro de 2014

Amores miúdos


E quando eu chorar, minhas lágrimas cairão
Lavando a felicidade que houvera em meu rosto
Inundando meus sorrisos que se entristeceram
Afogado na amargura e da felicidade oposto

Soluça os prantos da madrugada tão fria
Sentado sozinho na penumbra sombria
Deixando vazar tristezas, um buraco, coração
Não existe nada ali, para que amar então

Larga mão de viver sofrendo amores miúdos
Gritando teus brados abafados e surdos
Arfando o peito, de tanto chorar assim
Viver um pouco de paz na vida podes enfim

Quer fechar os olhos e pedir que a noite acabe
Mas nada te impede que se abram e o mundo desabe
Se pergunta onde está a felicidade de outrora
E percebe que junto com a luz do sol, ela foi embora

- Rodrigo Fernandes Moraes

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Vai na fé


Vago por ai solto como alma livre
Vago eu fico quando solto palavras
Vago é meu coração tristonho e só
Vago por ai sozinho comigo mesmo

E andando tão só, cego, a esmo
Pisando neste chão batido de pó
Minhas palavras serão minhas escravas
Me fazem pagar com a moeda que se deve

Espaçando meus passos pé a pé
Olhando o horizonte sem fim, deserto
Me acompanha minha roupa e lembranças
Nem água eu tenho para matar a sede

O corpo implora por cama ou rede
Para descansar destas longas andanças
Mais longe vou, de ti eu chego perto
Andando solitário, somente eu e minha fé

- Rodrigo Fernandes Moraes