terça-feira, 4 de março de 2014

Eu, Lobão e a Solidão


Tantas tardes de sábado, tão solitárias quanto se pode
O sol queima la fora, e aqui dentro meu som se abafa
A televisão ligada, fala algo que não consigo entender
E as lembranças que martelam a mente gritam alto

Não quero mais me aventurar nesses amores inconsequentes
Que partem corações, quebram planos e tiram o sono
Para que ficar então jogado no chão da sala sozinho?
E achar que o fim não pode ser um novo começo para mim

Se o vento bate lá fora, e diminui o calor que eu sinto
Eu minto para mim e digo que a solidão não é tão ruim
Mas se o coração sabe que no fundo é tudo fingimento meu
E nas mãos do tempo eu fico deitado, e espero o que vem

E agora na televisão passa uma canção para me aliviar a dor
E se o viver já não é tão duro, endurece ainda mais meu ser
E uma voz que pergunta: "Pra onde você foi, pra onde você vai"
E assim seguimos a vida nesta casa, eu, Lobão e a minha solidão

- Rodrigo Fernandes Moraes

Nenhum comentário:

Postar um comentário