sábado, 31 de maio de 2014

Tudo tem jeito


Uma frase só bastou pra você me achar
Mas quem diria que eu poderia
Você falando daí e eu ouvindo de cá
Nas suas palavras você sorria

Você cozinha, e eu, computador
Você é um doce, e eu um amor
Eu sou poeta e você é uma flor
E assim como eu, também tem dor

Você tem 26 e carinha de menina
Eu barbado e cara de velhão
A distância, nossa sina
Pois nem pisamos o mesmo chão

Aqui em Brasilia esse tempo de endoidecer
Uma hora calor, outra frio e ninguém pra aquescer
E você em Cuiabá, e todo aquele calor que faz lá
Mas se você disser "vem", é ai que eu vou parar

Trabalho o dia todo, as costas a latejar
Ela promete uma massagem pra dor passar
Ela tá com fome, mas nem quer me ouvir
Macarronada, nem isso ela quer dividir

Ela lê todas aquelas minhas poesias
Eu ouço e leio tudo o que ela diz
Ela melhora cada minuto dos meus dias
Eu vejo que ela tem tudo o que sempre quis

Mil quilômetros a oeste ela está
Eu nas asas dessa cidade tão pequena
Ela disse que não sabia como chegar
Disse que era meio doidinha essa morena

Mas por mim tudo bem, o tempo muda tudo
Quem poderia dizer que ela encontraria meu mundo
Ela diz que a distância deixa o caminho estreito
Eu digo a ela: Meu bem! Pra tudo na vida há um jeito

- Rodrigo Fernandes Moraes

segunda-feira, 19 de maio de 2014

E quem ama o poeta


Meus versos tão diversos divagantes
Meus passos tão lentos, vão errantes
Arrastados vão por ai te buscar
Sabe só, que nos sonhos pode te achar

Teus traços e desenhos por toda parte
Não há esperança que eu descarte
Tuas mãos em meus ombros apertadas
Minhas dores, no teu calor esmagadas

Não importa mais nada neste lugar
Senão o meu querer contigo estar
Sofre exilado no amor dura pena
A paixão que solitário se condena

Vislumbrando um futuro incerto
Não sabe se vai longe ou vem perto
Tua presença que não se sente
Fala a verdade ou será que mente

Das mãos da artista tem estas as cores
Que colorem em nós esses pobres amores
Não sabendo se eu posso ser a tua meta
Quem poderia mais no mundo amar o poeta

- Rodrigo Fernandes Moraes

domingo, 18 de maio de 2014

Para amar todos os dias


Sentindo um sentimento
Que me deixa muito sentimental
E este sentimento tal
Me deixa as vezes mal

Mas quem precisa ficar bem
Quando está a amar alguém
Fica feliz, e triste também
E quem explica? Ninguém

E meu amor está por ai
Mas queria que estivesse aqui
Para dizeres que feliz me vi
Por dar o meu amor a ti

Venha meu amor comigo
Pois sozinho eu não consigo
E mais uma vez amor, te digo
Quero viver todos os meus dias contigo

- Rodrigo Fernandes Moraes

O pedido


Foi só te ver para te querer comigo
E os meus dias ficaram tão mais lindos
Meu querer que por ti só aumentava
E meu viver passou a ser você, amor

O desejo de te ter ao meu lado a cada dia
Ter o teu olhar em mim, vigiando meu sono
Afagar teu rosto, no teu sono profundo
Acordar todos os dias ao teu lado

Mas quem sabe o que reserva o futuro
Se você ainda deseja o mesmo que eu
Se ainda me encontro nos teus sonhos
Se ainda brilha teu olhar ao me ver

E quando não me quiser mais aqui
Por favor me peça para ir
Pois eu te amo tanto, saiba você
Que atenderia este último pedido

- Rodrigo Fernandes Moraes

Água de rio


Hoje eu me questiono a cada pequeno vão momento
Onde foram parar os receios que são tão meus
Todo aquele medo que em mim era um grande monumento
Que me abandonaram sem ao menos sequer um adeus

Não que eu ache ruim não te-los aqui junto comigo
Mas é que todo homem bem no fundo os junto consigo
Mas sem o peso que eles me causavam para minha alma
Me sinto livre, leve, e posso agora respirar a calma

A tua boca expulsa os demônios que em mim viviam
Exorcisa o mal que minha mente tanto me causava
E não me encontro como eu era nem mesmo como estava
E agora meus pensamentos que àquela tristeza se atava
Esboçam uma alegria estranha para uma alma que não sorria

Mudanças trazidas de tua alma para fora por tua boca
Que encontram lacunas em uma pobre alma que está oca
Tuas palavras que agora me preenchem cada espaço vazio
Diferente dos outros, cujas palavras vazias são passageiras
Coisas ditas, como suspiros fracos de uma alma da morte à beira
E diferente de ti passam reto por minha vida como as água de rio

- Rodrigo Fernandes Moraes