sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Encontro de almas


Tempos frios que aquecem almas solitárias
Vagueiam  juntas entrelaçadas as almas dos amantes
Encontro de duas vidas que se amam voluntárias
Veem passar eternidades em olhares que duram instantes

Nos verões, nos invernos que inrrompem em sorrisos
Meus sorrisos que são somente para ti oferecidos
Meu querer, meu amor, meu viver e tudo mais que existe
Teu amar tornou minha vida tão bem menos triste

Se perde em si próprio, no fundo, dentro em si
Encontra-se minha alma no calor que encontro em ti
E me aqueço do frio que sinto no calor do teu peito
Amor que encontra-se entre almas, o sentimento aceito

Afundado dentro de ti me encontro perdido em mim
Tua boca interrompe as dores que minha boca fala
E neste encontro a tua alma leve minha alma cala
Tornando a ti uma parte de minha vida enfim

- Rodrigo Fernandes Moraes

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O meu infinito


Mergulhado no infinito escuro do céu noturno
Através da janela escancarada do quarto
Um mar de estrelas brilhantes pontilhado
Me passa à mente um pensamento soturno

Lá fora vai mais longe meu maior encanto
Observar o infinito solitário do céu tristonho
No luar que brilha mais meu olhar risonho
Sem saber o motivo de amar o céu tanto

Maior encanto só vejo mais em você que no céu
Me perdendo no infinito da tua alma vibrante
A janela do teu olhar que bem mais pulsante
Me faz atravessar do teu infinito este véu

Caindo deitado contigo no chão grave endurecido
Ombro a ombro contigo mirando o sem fim
Tantos sonhos para um dia imaginar ser assim
Foi pelas estrelas que contigo eu quis e vim
Contigo as mãos dadas no infinito estarrecido

Um infinito público neste meu céu tão particular
As estrelas e a lua, testemunhas do meu querer
Somente em ti agora e sempre me achar ou me perder
E por fim rodeado por tantos infinitos eu hei de dizer
Que com meus olhos eu vejo, meu infinito no teu olhar

- Rodrigo Fernandes Moraes

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ausência


Ela já não se vê mais
Será que ela está aqui?
Ela já não entra mais
Pela porta que abri

Ela já não fala nada mais
Não ouço sua voz já faz tempo
E presente ela já não se faz
Ecoando os passos aqui dentro

Onde estará ela que deixou saudade?
Que tão longe se encontra de mim
Queria saber apenas a pura verdade
Do que foi que a fez partir assim

A saudade aperta ferozmente o peito
Doendo como ardente brasa bem dentro
Perguntando então se há um jeito
De não ficar mais acordado noites adentro

Faça-se presente em mim se preciso uma vez mais
Para que assim a tristeza para sempre se recolha
Que eu não desfaleça na saudade nunca e jamais
Pois morrer por tristeza não me é uma escolha

- Rodrigo Fernandes Moraes

Dos traços, teus sorrisos


Carrega a beleza do meu mundo em seus traços
Nas linhas sinuosas do sorriso que retrata
Amarra e prende a alma em teus papéis amontoados
Eterniza os sorrisos que tanto sonha ter

Pinta tua felicidade em telas multicolores
Imprime nelas as alegrias que deveras sente
Teus sonhos simples, tuas dores, teus amores
O retrato daquilo que vai dentro da alma

Tuas cores, teus olhares, e sentimentos, coração
Teus desenhos, pinturas, esculturas, alegrias
São teus sonhos que jamais aceitas o não
E pinta o mundo como sei que o queria

Se nem meu céu tem mais azul que tuas cores
Me deixo meu perder no céu do teu desenho
E me entorpeço nos teus traços esquecendo as dores
Para meus dias serem mais belos por assim dizer

Pois lhe pediria então para desenhar algo belo
Algo tão belo quanto se pode haver no mundo
E nos teus olhos que cintilam com brilho terno
E me promete a mais simples beleza que tens

E nas imagens que surgem dos teus rabiscos
Brilha mais meu olhar com a beleza que vejo
Deixa em minhas folhas todos os teus riscos
E desenha em minha mente somente os sorrisos teus

- Rodrigo Fernandes Moraes

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Tuas luzes


A claridade do céu de hoje já vai além
E minhas preces já se dão em vão assim
As luzes que iluminam longe alguém
Estrada tão longa que não vê fim

Sem as luzes que os olhos entregam recíprocos
Tu te entristece de minhas tristezas sentidas
E te perco, e vou morrendo em mim aos poucos
Enquanto rolam por meu rosto lágrimas repetidas

Partidas as colunas deste teto desabado
Enterrando tão profundo o amor que houvera
Das estrelas do teu olhar que jaz apagado
Me pergunto onde foi que este amor se perdera

Nas negações que me dou apreciando os erros
Escuridão que na penumbra do coração sente
Anseia meus olhos teus brilhos vê-los
E em ti acender as tuas luzes novamente

- Rodrigo Fernandes Moraes

domingo, 26 de janeiro de 2014

Águas de viver


Enfrentando adversidade oferecida
Pela vida que deveras esquecida
Tempestade resfriando a alma
Dissipando ao poucos minha calma

Atordoado no viver de ti ausente
Da presença que de ti ainda sente
Dilúvio de pensamentos diversos
Lembranças para sempre em ti imersos

Olhares mirados para todos os lados
Que te veem nos mais ínfimos espaços
Chuva de lágrimas por ti caídas
Na dor da solidão por si só sentida

O bater pulsante de um coração enamorado
Que retumba frequente e descompassado
Trovoada de batidas ritmado
Do peito sozinho desolado

Teu cheiro doce pairando sobre mim
Sinestesia posta justo no fim
Alagando de sentimento meu eu
Despido de tudo o amor teu

Por amar resignado a esta dor estou
De amor por ti prostrado eu vou
Transbordado o sentimento dentro em mim
Afogado em tanto amor por ti assim

- Rodrigo Fernandes Moraes

sábado, 25 de janeiro de 2014

Livros


Quem é que escreve as histórias de amor?
Não sabe ele que ela é também tua vida
Mas mal sabe ela que ele lhe dá valor
Desencontros do amor na história escrita

Nas páginas que se mancham de lágrimas e tinta
O peito infla do ar frio do inverno la fora
Teme ele, que ela esqueça e não mais o sinta
E ela pensa no seu sorriso, e lembra e chora

Não se recorda das cenas do início do sentimento
Mas o sofrer da distância que entre eles se sente
O amor, que os une, mas que os separa, o lamento
Abraços e os laços, flutuam os dois do chão rente

Caminhos escritos em páginas de amor, tem dentro vida
Tuas almas juntas para sempre, esquecem os dois a dor
Apertados os abraços, longos os beijos, se vê aquecida
Eternizados os amantes nas linhas dos livros de amor

- Rodrigo Fernandes Moraes

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Mais forte que o querer


Dos meus olhos uma cachoeira desaba
Um fogo que por dentro me acaba
Que só quer te querer a todo tempo
Faz se perder como folha ao vento
E meu desejo deseja te encontrar

Ribomba no peito o coração, um canhão
Que disparar batidas de pura adoração
Festejando o coração com uma foto tua
Como lobo que uiva solene para a lua
Tuas garras em mim fixas, e eu a sangrar

Se tu insistes em habitar os devaneios meus
Mantém meus suspiros cegos em tantos breus
Me acorrenta junto a ti que me arrasta longe
Teus mistérios nos lábios de uma esfinge
Um céu rubro que paira sobre mil amores

E aquele desejo que se sente, querer mudar
Contra meus desejos sei eu não posso lutar
Te querer é mais forte que tudo que eu sinto
Se dizer que não penso em ti, saiba eu minto
Pois somente teu amor me tiraria da vida as dores

- Rodrigo Fernandes Moraes

sábado, 18 de janeiro de 2014

Sua culpa


A culpa é sua 
se a infelicidade... 
já não existe em mim. 

A culpa é sua 
se a dor... 
já não machuca mais. 

A culpa é sua 
se a solidão... 
decidiu por me deixar. 

A culpa é sua 
se a tristeza... 
é palavra que não incomoda mais. 

A culpa é sua 
se todo o mal... 
se converteu em bem. 

A culpa é sua 
se toda escuridão... 
que vivi, tornou-se luz. 

A culpa é sua... 
E somente sua. 

E se hoje 
Sou o mais feliz dos homens... 
A culpa é toda sua.

- Rodrigo Fernandes Moraes

Quarto escuro


Ficou sozinho num quarto escuro
Chorou no frio da chuva que caiu
Olhava o teto sem ver algo além
Mas o céu lhe espiava lá de fora

Relembrava num segundo tudo que foi
E amargava-lhe a dor que lhe fizera
Por ter ido daquela forma abrupta
Sem ter-lhe dito ao menos um adeus

Sozinho estava e assim permanece
Pulsando como o relógio em sua mesa
Bate um coração lento e lamentante
Enxuga as lágrimas que verte a alma

E sob a luz da lua que vem de fora
A janela aberta se abre para o mundo
Levanta, respira e sacode a poeira
Decidido a nunca mais sofrer de novo

E se o amor que tivera lhe doeu um dia
Não se arrepende de tê-lo tido em si
E sabes que por mais mal que lhe tem feito
A solidão do quarto escuro lhe ensinou a viver 

- Rodrigo Fernandes Moraes

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Mar e amar


Põe-se ao mar e navega saudade
Recorda deveras sua vontade
E o querer anseia lhe afagar
Tens o medo do amor naufragar

As águas frias o peito endurece
E ouve o silvo invernal que cresce
Tal vento sussurra ternas palavras
O fazer amar que tu a mim lavras

As velas abertas para impulsionar
No infinito livre do teu amar
Meu olhar de estrelas pontilhado
Flutua em ti meu coração escancarado

E nas nuvens que surgem no horizonte
Cinzas, douradas, rubras, são ponte
Que minha vida a tua, estas ligam
Do sentir que dentro em nós brigam

E verte o vento em vendaval
E sopra forte com temporal
Derruba os muros do coração
E alma escorre por tua mão

Tanto tempo espera por ter-te
E aponta a terra, e ao ver-te
Esperança deixa de me confrontar
Certo que em teu amor hei de aportar

- Rodrigo Fernandes Moraes

domingo, 5 de janeiro de 2014

Flores de fevereiro


Nos dias que se passam
Velozmente incontroláveis
Os homens inutilmente buscam
Amores muitas vezes improváveis

A menina, que como as flores
Desabrocha em linda forma
De mulher, em vivas cores
A mais bela imagem se forma

Teus fevereiros vão e vem
Tornando teu antes ingênuo olhar
Na mais linda forma de expressão que tem
Como as ondas que balançam o mar

E a menina já não possui
Aqueles doces olhos que antes tinha
Pois é hoje mulher, que influi
Todos pensamentos meus...
Que antes em minha mente vinha.

- Rodrigo Fernandes Moraes

Fotografias


A luz do dia claro que te inspira novidade
De ver um mundo cheio de cores brilhantes
Efeitos que te trazem prazer emocionante
De sentir em um mero click sua felicidade

Mesmo nos dias chuvosos as imagens não param
Faces em preto e branco que ao longe te encaram
Através  da tua lente um mundo que seja só seu
Um mundo diferente daquele mundo que é meu

Da tua janela flores , cores, um dia radiante
Da minha, chuva, cinza, um dia entediante
Nas tuas lentes, nos teus clicks tantas cores
Que embelezam até mesmo os dias mais incolores

Retrata as cores, o sol, a chuva, a lua e os dias
Por tua lente felicidade ou solidão dos outros
Para ti os raios de sol ou pingos de chuva são poucos
Para inundar ou ofuscar o teu sorriso nestas fotografias

- Rodrigo Fernandes Moraes

Até o fim


Não queria ter de me arrepender
Tão amargamente de viver
Tal amor que tanto quis
Mas eis então que no fim
Não vejo mas se há saída.

Tanto querer que tive
De nada adiantou, e vive
Então, ainda me perturbando
E minhas noites ainda roubando
Com sonhos que eu não quero
Pois, mais sonhar

Queria então poder acordar
E então ao teu lado estar
Acordar-te com um leve beijo
E ver em teus olhos o desejo
De comigo partilhar tua vida
Daqui até o fim dos tempos.

- Rodrigo Fernandes Moraes

O amor liberto (O fim)


Por que insistir quando você não quer estar
Não vou ficar a chorar por ai nos cantos
Se meus esforços para contigo foram tantos
E minha presença já começa a te irritar

Com o tempo, de lado vai passando a deixar
E mantém-se sozinha em seus próprios recantos
Promove sobre o amor que se sente, espantos
E com descaso vai você o sentimento matar

E mesmo que aqui eu quisesse por ti ficar
Apesar de por ti lutar, Deus sabe o quanto
Eu visto agora da solidão novamente o manto
E o teu amor, que agora liberto deixo de clamar

E depois de tudo isso não adianta mais gritar
Nem mesmo adianta chamar meu nome aos prantos
Pois quando perdidos entre nós os encantos
Quando olhar para trás ali eu não irei estar

- Rodrigo Fernandes Moraes

sábado, 4 de janeiro de 2014

Amores miúdos


E quando eu chorar, minhas lágrimas cairão
Lavando a felicidade que houvera em meu rosto
Inundando meus sorrisos que se entristeceram
Afogado na amargura e da felicidade oposto

Soluça os prantos da madrugada tão fria
Sentado sozinho na penumbra sombria
Deixando vazar tristezas, um buraco, coração
Não existe nada ali, para que amar então

Larga mão de viver sofrendo amores miúdos
Gritando teus brados abafados e surdos
Arfando o peito, de tanto chorar assim
Viver um pouco de paz na vida podes enfim

Quer fechar os olhos e pedir que a noite acabe
Mas nada te impede que se abram e o mundo desabe
Se pergunta onde está a felicidade de outrora
E percebe que junto com a luz do sol, ela foi embora

- Rodrigo Fernandes Moraes

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Vai na fé


Vago por ai solto como alma livre
Vago eu fico quando solto palavras
Vago é meu coração tristonho e só
Vago por ai sozinho comigo mesmo

E andando tão só, cego, a esmo
Pisando neste chão batido de pó
Minhas palavras serão minhas escravas
Me fazem pagar com a moeda que se deve

Espaçando meus passos pé a pé
Olhando o horizonte sem fim, deserto
Me acompanha minha roupa e lembranças
Nem água eu tenho para matar a sede

O corpo implora por cama ou rede
Para descansar destas longas andanças
Mais longe vou, de ti eu chego perto
Andando solitário, somente eu e minha fé

- Rodrigo Fernandes Moraes