Ficou sozinho num quarto escuro
Chorou no frio da chuva que caiu
Olhava o teto sem ver algo além
Mas o céu lhe espiava lá de fora
Relembrava num segundo tudo que foi
E amargava-lhe a dor que lhe fizera
Por ter ido daquela forma abrupta
Sem ter-lhe dito ao menos um adeus
Sozinho estava e assim permanece
Pulsando como o relógio em sua mesa
Bate um coração lento e lamentante
Enxuga as lágrimas que verte a alma
E sob a luz da lua que vem de fora
A janela aberta se abre para o mundo
Levanta, respira e sacode a poeira
Decidido a nunca mais sofrer de novo
E se o amor que tivera lhe doeu um dia
Não se arrepende de tê-lo tido em si
E sabes que por mais mal que lhe tem feito
A solidão do quarto escuro lhe ensinou a viver
- Rodrigo Fernandes Moraes
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